Executivos de farmacêuticas misturam vacinas para maior proteção
- Dra Helena Villela Rosa

- 15 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Quando se trata da própria saúde, alguns profissionais da indústria farmacêutica não estão esperando autorização dos governos para combinar duas vacinas diferentes contra a covid-19. Embora pesquisas sobre os efeitos de tomar vacinas distintas ainda estejam em andamento, alguns especialistas que estudaram o método estão combinando doses para obter, segundo eles, maior proteção, destacou o Valor Econômico neste sábado (12). Pelo menos um veterano do setor até atravessou a fronteira para fazer o experimento. “Se você preparar o sistema imunológico com uma determinada tecnologia, obterá uma resposta mais ampla, mais elevada e mais duradoura se reforçá-lo com algo visando o mesmo alvo, mas com base em uma tecnologia diferente”, disse Pierre Morgon, que faz parte do conselho de empresas como Vaccitech e Univercells. Depois de anos lendo pesquisas sobre a mistura de vacinas – conhecido como reforço de vacinação heteróloga -, Morgon concluiu que receber uma dose da vacina da AstraZeneca, que usa um vírus inofensivo como vetor, e outra com a nova tecnologia de RNA mensageiro da Moderna ou da Pfizer, resultaria em uma resposta mais poderosa. Ampliar a imunidade tornou-se especialmente importante, pois variantes mostram certa capacidade de driblar as vacinas. Em abril, Morgon dirigiu algumas horas de sua casa em Lausanne, na Suíça, até uma farmácia em Lyon, na França, para uma tomar a vacina da Astra. Quase oito semanas depois, tomou uma dose da vacina da Moderna na Suíça. Karine Van Hasbrouck, ex-executiva de marketing da farmacêutica francesa Sanofi, recebeu a mesma combinação de Morgon que, segundo ela, “parece muito promissora em termos de resposta imunológica”, escreveu no LinkedIn. Van Hasbrouck não quis fazer mais comentários. Por enquanto, tomar doses de vacinas diferentes provavelmente continuará sendo exceção, e não a regra, mesmo que alguns países explorem essa abordagem. A maioria das vacinas atualmente em uso requer duas doses do mesmo produto. França, Espanha, Finlândia, Suécia, Noruega e Canadá estão misturando vacinas ou estudam a opção para algumas faixas etárias que já receberam a primeira dose da Astra, por causa da preocupação com os raros casos de trombose associados a essa vacina. (Fonte: NK Consultores)

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